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Publicação: Selo INDIE 6 / Amazon KDP
Ano: 2015
Edição Digital

ROUXINÓIS
 Conto 

"Serpentes de gelo em fúria debaixo da pele. Calafrio. Um espasmo, depois outro. Lembrava-se do rosto de Afonso naquela noite de setembro, o azul de seus olhos era uma penumbra cinza. Rouxinóis cantavam lá fora. Seria agora ou naquela noite distante? Não sabia dizer. Ele estava ali, à sua frente, os lábios movendo-se em palavras que não eram odes ou metamorfoses, nem Keats, nem Ovídio, eram disparos à queima-roupa."

Heloísa divide a penumbra do seu quarto com a solidão. Por mais uma noite, Afonso não se encontra ao seu lado. É, então, levada de volta àquela noite distante em que ele foi embora, sem olhar para trás. Lá fora, e em suas memórias, os rouxinóis não calam a sua canção de amores trágicos. A luz da manhã se aproxima. Há uma verdade a ser lembrada...

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